Seu cérebro gosta de piloto automático

Poupar energia
Seu cérebro adora economizar energia, faz parte da evolução dele no planeta, economizar agora para utilizar depois.

Não existe nada de errado nisso, porém quando não estamos presentes, olha lá o cérebro de novo entrando no modo piloto automático, como exemplo, ficando muito tempo nas redes sociais.

Tudo que o cérebro faz repetidamente, estimula o caminho neural
Este ciclo de entra e sai do modo econômico de energia está intrinsecamente conectado com as atividades que realizamos durante o dia. Toda ação que realizamos com frequência, excita regiões do nosso cérebro, reforçando ainda mais tal comportamento. Os comportamentos que se repetem, são conhecidos como hábitos.

Gatilho, hábito e recompensa
Basicamente um hábito pode ser divido em três fases: gatilho, ​o hábito e si e a recompensa. O gatilho desperta o desejo pela recompensa e na busca dela, o hábito é realizado. Por exemplo: escovar os dentes, suco durante a refeição, fumar depois do café, dormir depois do almoço, ligar a tv, entrar na redes sociais, assistir futebol, fazer academia, etc. Para ilustrar, vejamos alguns exemplos:

• Escovar os dentes: gatilho (acordar), hábito (escovar), recompensa (hálito bom)
• Fumar depois do café: gatilho (beber café), hábito (fumar), recompensa (relaxamento)
• Entrar nas redes sociais: gatilho (tempo livre), hábito (acessar a rede), recompensa (prazer)

Nesta lista de hábitos, temos versões boas e ruins. Quanto mais hábitos bons você trazer para sua vida, melhor será a qualidade dela, não é mesmo?

Mas criar hábitos não é uma tarefa fácil, imagine então alterar um hábito ruim ou ainda tentar eliminar um hábito nocivo, como fumar. Por que isso acontece?

Estrutura cerebral
A explicação está em nosso cérebro, ou melhor, a forma como ele é constituído e evoluiu ao longo de milhões de anos. O cérebro humano é dividido em três partes:

• Reptiliano - É a parte do cérebro que os seres humanos compartilham com os répteis e animais em geral. Essa parte mais “velha” do cérebro (que contém a haste do cérebro, o cerebelo e o hipotálamo) governa as funções vitais do organismo, como a fome, a respiração, batimentos cardíacos, etc. É responsável pelos reflexos simples, está ligado aos instintos de sobrevivência primitivos — os que oferecem apenas duas alternativas: ​lute ou fuja.
• Límbico - O sistema límbico, também conhecido como cérebro emocional, é um conjunto de estruturas localizado no cérebro de mamíferos, abaixo do córtex e responsável por todas as respostas emocionais, basicamente fica ente o Neo-córtex e o Reptiliano.
• Neo-córtex - O cérebro racional é o que diferencia o homem/primata dos demais animais. Segundo Paul MacLean é apenas pela presença do neo-córtex que o homem consegue desenvolver o pensamento abstrato e tem capacidade de gerar invenções.

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Os hábitos são encontrados em uma área do cérebro chamada gânglio basal. Os gânglios basais são conjuntos de células nervosas localizados profundamente no cérebro na região do sistema límbico. Eles ajudam a iniciar e suavizar os movimentos musculares, suprimir os movimentos involuntários e coordenar as mudanças de postura.

Criando, alterando e eliminando hábitos
Normalmente o seu cérebro forma conexões neuronais com base no que você faz repetidamente em sua vida – tanto coisas boas quanto ruins. Quanto mais você repete, mais reforça o comportamento. E é por isso que é tão difícil criar, alterar ou excluir um hábito.

Uma das formas para começar a virar o jogo é observar o gatilho, aquilo que está disparando o hábito. Se o interrompemos, provavelmente não conectaremos com a recompensa. Se não quer fumar, comece não tomando café, por exemplo. Não é simples mas é um caminho.

Quando a recompensa é muito forte, perdemos a guerra com o gatilho. Neste caso precisamos substituir a recompensa, por algo muito mais prazeroso e bom para nossa saúde. Por exemplo, não frequentar academia porque está sempre cansado. A recompensa está em ficar em casa, descansando. Neste novo hábito o gatilho poderia ser vestir a roupa de esporte e o tênis assim que chegar em casa, sem ligar a tv. Depois de realizar as atividades físicas, percebemos que o prazer obtido é muito maior que o descanso. Depois de algum tempo o cérebro passa a sentir falta das atividades físicas que fazem tão bem.

Quanto tempo é necessário para que um hábito passe a existir no gânglios basais?
Pesquisas apontam para um intervalo médio entre 21 e 28 dias. Desta forma é preciso perseverar, insistir, não desistir, começar ao poucos, praticando todos os dias.

Técnica do empilhamento
Associar um hábito ao outro também ajuda a fixar o comportamento. Por exemplo, um novo hábito de leitura, substituindo o tempo gasto nas redes sociais. Se antes de dormir procurarmos relaxar de modo diferente (recompensa), lendo um livro por exemplo, deixe o livro sempre na cabeceira da cama (novo hábito apoiando o primeiro). Assim quando estiver na cama o livro estará sempre a disposição. Começando devagar, lendo poucos parágrafos por dia e ir aumentando, em pouco tempo colecionaremos páginas.

Fique atento, comece a reconhecer seu hábitos bons ou ruins, verifique onde está o gatilho e a recompensa, para em seguida iniciar um processo para modificar ou mesmo eliminar o hábito.

​​Seja o piloto de suas histórias e voe o mais alto que conseguir.​

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