Por que gastamos mais do que ganhamos?
O dinheiro é um meio de adquirir bens e serviços, além de ser um indicador de status social e de conceder a liberdade de escolha. Ele permite que escolhamos como nos alimentamos, como lidamos com relacionamentos problemáticos e nos dá a opção de deixar empregos que nos trazem insatisfação. Portanto, é natural que o dinheiro seja associado à felicidade. Recursos finitos e sonhos infinitos No entanto, nossos recursos são finitos, enquanto nossos sonhos são infinitos. Muitos desses sonhos são gerados pela mídia e pelas redes sociais, o que causa um descompasso entre nossas expectativas e nossa realidade financeira. Treinamento para fazer escolhas Além disso, muitas vezes não recebemos treinamento adequado para fazer escolhas financeiras. O endividamento pode resultar de escolhas equivocadas, como comprar por impulso sem ter recursos suficientes para isso. Infelizmente, a educação financeira ainda não faz parte da formação escolar básica na maioria dos países, o que faz com que muitas pessoas cresçam sem saber como gerenciar adequadamente o próprio dinheiro. Sem esse treinamento, as pessoas muitas vezes se sentem perdidas diante de decisões financeiras importantes, como escolher qual plano de saúde contratar, qual tipo de investimento fazer ou qual cartão de crédito utilizar. E, por falta de informação, acabam tomando decisões equivocadas e se endividando. Tenha em mente uma regra básica, se não tem clareza sobre um assunto, não decida agora. Por exemplo, antes de contratar um empréstimo, é preciso comparar as taxas de juros de diferentes instituições financeiras e verificar se é possível negociar melhores condições. Endividamento é o resultado de escolhas equivocadas Uma das principais razões para isso é o hábito de comprar por impulso, sem considerar se realmente temos o recurso financeiro necessário para adquirir um determinado produto ou serviço. Além disso, muitas vezes não planejamos nossos gastos e acabamos gastando mais do que ganhamos, o que leva ao endividamento. O ideal é que as pessoas aprendam a controlar seus gastos e a estabelecer um orçamento para suas despesas mensais, evitando gastos desnecessários e supérfluos. Outro fator que contribui para o endividamento é a falta de conhecimento sobre os juros e encargos que são cobrados em empréstimos e financiamentos. Muitas vezes, as pessoas contratam esses serviços sem entender as consequências financeiras a longo prazo, o que pode levar a dívidas que se acumulam e se tornam cada vez mais difíceis de serem pagas. O desejo faz você gastar mais do que ganha O desejo de ter algo novo ou de experimentar algo diferente pode levar a gastar mais do que ganhamos. A sensação de alívio momentâneo que acompanha a compra de um produto ou serviço pode mascarar a realidade financeira precária. No entanto, essa sensação é temporária e pode levar a um ciclo vicioso de compras impulsivas, que acabam prejudicando a saúde financeira a longo prazo. É importante aprender a distinguir entre desejos e necessidades, e a planejar os gastos com sabedoria. Outra forma de evitar gastos impulsivos é praticar a reflexão antes de fazer uma compra. Em vez de decidir no momento, é importante fazer algumas perguntas a si mesmo, como: Troque eu mereço por eu preciso e em seguida pergunte-se: Preciso mesmo? Usarei com frequência? Está dentro do meu orçamento? Essas perguntas podem ajudar a avaliar se a compra é realmente necessária e a evitar gastos desnecessários. Contabilidade mental A contabilidade mental também pode ser um obstáculo para uma vida financeira saudável. Fracionar um grande gasto em diversas parcelas menores para "desimportar" é um veneno para as finanças, comprometendo o orçamento no longo prazo. Muitas vezes, é difícil vincular o gasto atual com a consequência futura, e o excesso de oferta de crédito pode minar a austeridade frágil, levando ao endividamento. Guardar tudo na cabeça também não ajuda. Você tem na ponta da língua, o valor do financiamento do apartamento, do carro, da escola das crianças, da faculdade. Essas são suas grandes despesas que neste momento são as mais importantes para você. Aqui não está o problema realmente, o perigo está nas despesas não monitoradas, aquelas que fazem parte do dia a dia, do final de semana. Segundo provérbio japonês: “Você tropeça sempre nas pedras pequenas, porque as grandes você logo enxerga” Falar de dinheiro tem fortes raízes culturais e históricas É importante lembrar que falar sobre dinheiro tem raízes culturais e históricas profundas. Boa parte das pessoas acreditam que o trabalho é penoso, que não é possível torná-lo prazeroso. Outras têm fobia financeira, evitando qualquer contato com suas próprias finanças. O psicólogo britânico Brendan Burchell, professor da Universidade de Cambridge, observa que algumas pessoas sofrem mal-estar físico ao terem que lidar com suas finanças. Fobia Financeira Lidar com o dinheiro, com as finanças de um modo geral, nem sempre é uma assunto palatável e de certa forma tem sido ignorado pela maioria das pessoas. Exemplos são percebidos no dia a dia: Você conhece casais onde um delega toda a responsabilidade financeira para o outro? Sim, isso é mais comum do que parece, o cônjuge recebe o salário e entrega para o outro administrar, pagar as contas, etc. É como um autismo financeiro, só que de certa forma consciente, que é escolher ficar bem longe da realidade do mundo das finanças. Você atravessa a porta do banco e pede para o seu gerente fazer os seus investimentos? De certa forma aqui também tem um certo autismo financeiro consciente. Não entender nada de investimentos e delegar é uma forma de se afastar do mundo das finanças. Quando você pede para o gerente do seu banco fazer isso, tenha em mente um alerta: incentivos perversos. A indústria financeira foi estruturada através de incentivos perversos. Normalmente os profissionais que estão te assessorando, indicando investimentos financeiros, são remunerados por te dar conselhos e não por trazerem resultados. Isso tem um nome - conflito de interesses. O seu gerente é funcionário do banco e não seu funcionário, ele precisa bater metas e também precisa vender determinados produtos financeiros, normalmente complexos e com taxas financeiras escondidas, que em primeiro lugar seja favorável para o banco e depois para os clientes. Sim, realmente dá muito trabalho cuidar da sua vida financeira! Mas se você não cuidar, com certeza será muito pior o resultado no futuro. Lembre-se, "Não existe almoço grátis" e segundo Benjamin Franklin; "É melhor dormir com fome do que amanhecer com dívida". Viva sempre no aqui agora e procure fazer sempre as melhores escolhas, para isso, tenha sempre clareza antes de tudo. Para ter clareza é necessário calma para refletir. Sem clareza, não existe boa escolha!
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Sivio FreeMinderSou formado em engenharia e empreendedor nas áreas de Tecnologia da Informação, Turismo de Aventura e Reflorestamento Social. Além disso, atuo em iniciativas de preservação ambiental. Também sou professor e mentor no método Be a FreeMinder® e atuo como coach e professor no método Free Mind On The Clouds. Histórico
Outubro 2024
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