Vivemos cercados de facilidades, mas imersos em um cansaço indescritível.
Este texto é um convite para entender por que a vida confortável que criamos pode estar drenando nosso sentido de existir e como recuperar, aos poucos, o prazer que vem do que é simples, real e presente. Conforto demais, energia de menos Tem alguma coisa errada. A comida chega em casa, o trabalho é remoto, o mundo cabe em uma tela, mas mesmo assim você está cansado. Um cansaço que não passa com café, nem com feriado, nem com aquela pausa de cinco minutos que vira três horas de YouTube. Por que estamos tão exaustos mesmo sem sair do lugar? A resposta talvez esteja menos na rotina e mais no cérebro. Ou melhor, na forma como ele aprendeu a operar ao longo de milhões de anos e no que estamos fazendo com ele agora. O cérebro em busca de sentido Desde os tempos da sopa primordial dos oceanos, a vida foi forjada na escassez. Comer, fugir, buscar abrigo. O cérebro foi se desenvolvendo para isso: detectar ameaças, imaginar soluções, e principalmente, agir. Primeiro veio o cérebro reptiliano, mestre em reagir. Depois, o sistema límbico, com suas emoções, vínculos e memórias. Mas o que realmente nos move e nos diferencia é a via dopaminérgica. Um nome feio para uma sensação maravilhosa, proporcionada por um velho conhecido: o neurotransmissor dopamina. Ela é a fonte do desejo, do interesse, da curiosidade. Ela liga a fome à busca, a busca à conquista, e a conquista ao prazer. Essa via foi feita para buscar e só encontra sentido quando existe algo a ser perseguido. Gatilho, hábito e recompensa O cérebro ama atalhos. Ele cria hábitos, associações, e responde a gatilhos com uma rapidez assustadora. Hoje, você sente tédio e já sabe: é hora de rolar o feed (eba!). Ansiedade? Abre o app de delivery (hummm). Solidão? Checa o Instagram (todo mundo feliz). A recompensa vem antes do esforço. O prazer é raso, imediato, e se desfaz no minuto seguinte. Aquilo que deveria ser um alívio pontual virou repetição automática, e o hábito que um dia foi saudável deu lugar à compulsão por estímulos constantes. O colapso da equação esforço → recompensa A lógica do prazer é simples: esforço, busca, recompensa. Mas a vida moderna adulterou essa equação. Agora vivemos o oposto: fazemos esforço sem propósito (trabalho por dinheiro), recebemos recompensa sem esforço (dopamina vazia das redes sociais), e buscamos sem encontrar (fadiga mental). É como se os três pilares do prazer humano tivessem se desconectado e o que sobra é um corpo funcionando em modo automático e uma mente tentando lembrar por que ainda se levanta da cama. Quando você acorda já cansado, realiza tarefas automáticas sem se lembrar delas, e vive esperando o fim do dia para se anestesiar com alguma recompensa rápida, o nome disso não é só rotina, é burnout silencioso, onde o corpo funciona e a alma não participa. Não faz sentido fazer o que não faz sentido Você trabalha, entrega, participa de reuniões, responde e-mails, mas no fundo, se pergunta: pra quê? Trabalhar só pra pagar boletos é como enxugar gelo: cansa, molha e não resolve. O cérebro precisa de significado. Precisa sentir que está fazendo parte de algo. Precisa transformar, não apenas cumprir, porque não faz sentido fazer o que não faz sentido. E isso o cérebro percebe antes de você admitir. A fuga do vazio Quando o sentido desaparece, o vazio aparece. E para não encarar esse vazio, você foge. Foge na comida, na bebida, na rolagem de tela, nas compras. Só que nenhum desses preenche. São recompensas efêmeras, que prometem aliviar e acabam aprofundando o buraco. O ciclo é claro: ansiedade → consumo → anestesia (falso conforto) → mais ansiedade. O que é sucesso, afinal? Você talvez ache que sucesso é ter. Mas o verdadeiro significado do sucesso é transformar. Quando o seu trabalho melhora a vida de alguém, a sua vida se transforma. O esforço deixa de ser peso e vira motivação. O prazer não vem depois: ele está no processo. Nesse ciclo, todas as recompensas vêm: as tangíveis, como o material; e as intangíveis, como o reconhecimento. Como sair dessa situação A saída não está no radicalismo nem no abandono da vida moderna, mas na reconexão entre ação e significado. Se você escolher, ainda hoje, algo simples que envolva imaginar, buscar, fazer com as próprias mãos: cozinhar, caminhar, construir algo. O prazer não é o fim da jornada. é a jornada em si. Trocar tempo por dinheiro pode ser necessário, mas não deve ser tudo. A recompensa plena exige presença, propósito e engajamento. E pode estar em algo tão simples como preparar um macarrão alho e óleo. Quando você busca isso, caminha até o mercado, escolhe os ingredientes, pica o alho, sente o cheiro dourando na frigideira e finalmente come aquilo que você mesmo preparou, você devolve à vida uma experiência completa. Pequena, mas inteira. E o cérebro entende: isso valeu a pena. Conclusão: O convite O mundo talvez siga igual, mas algo muda quando você escolhe sair do automático, sentir o corpo em movimento, buscar com os próprios olhos e devolver sentido às pequenas coisas, como quem desperta de um sonho onde tudo era fácil, mas nada era real. Faça o esforço. Receba a recompensa. E, por um instante, volte a viver com sentido.
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No fluxo da vida social, você raramente percebe a pressão que influencia as suas decisões: você pensa que está no controle, mas na verdade, não está. Aquilo que você acredita ter escolhido livremente, alguém já pensou antes por você.
Para piorar, cerca de 60% das suas escolhas ocorrem no modo automático, ou seja, não são decisões plenamente conscientes, mas sim respostas baseadas em hábitos internalizados ao longo da vida. Isso ocorre porque o cérebro evoluiu priorizando a economia de energia e automatizando comportamentos sempre que possível. Consumismo Acelerado pelo Marketing Com essas duas forças: a pressão social invisível e comportamento automatizado, surge um catalisador: o marketing, como instrumento poderoso a serviço do capitalismo. Ele potencializa o consumismo ao criar necessidades artificiais, desejos simbólicos, traduzindo em fetiches. Com isso, ele molda um ego, uma identidade. O que é o Fetiche da Mercadoria? Fetiche é atribuir a um objeto o poder mágico de transformar a sua vida, mesmo que isso não faça sentido racional algum. É acreditar que a felicidade, o reconhecimento ou a autoestima dependem de algo externo, comprado e exibido. Eu me sinto melhor se…
Por que isso funciona? Porque o consumo ativa o sistema de recompensa do cérebro. Quando você compra algo novo, especialmente algo desejado ou socialmente valorizado, o seu cérebro libera dopamina, um neurotransmissor associado à sensação de prazer, motivação e recompensa. Essa descarga de dopamina não está ligada ao objeto em si, mas à expectativa de recompensa pelo uso dele. O simples ato de imaginar a compra ou deslizar o dedo em uma vitrine virtual já é suficiente para acionar esse circuito poderoso. O marketing sabe disso e o explora brilhantemente. Ao criar gatilhos emocionais (como escassez, medo, oportunidade) e narrativas sedutoras, ele associa produtos a sentimentos como pertencimento, status, sucesso ou amor. Assim, o desejo não é apenas pelo objeto, mas pela emoção prometida por ele. No fundo, você não quer o celular. Você quer o que acredita que vai sentir com ele: poder, aceitação, prazer e liberdade. Empresas se Aproveitando Os produtos da Apple são incríveis, e a própria empresa é disruptiva. Eu mesmo possuo ações dela. Mas, principalmente, as grandes corporações entenderam como explorar esse mecanismo. Um exemplo claro é o ecossistema da Apple. Ao integrar perfeitamente iPhone, Apple Watch, MacBook, iOS e outros serviços, a marca cria um ambiente fechado e sedutor, onde cada novo produto parece indispensável. A sensação de exclusividade, inovação e pertencimento ao “clube Apple” reforça o fetiche: o usuário não apenas consome tecnologia, mas constrói a sua identidade em torno dela, sempre motivado por uma nova promessa de status e satisfação. O capitalismo moderno se apoia nessa lógica, criando necessidades simbólicas ligadas ao individualismo, à competição e à comparação, seja na vida pessoal ou seja na vida profissional. O consumo se torna uma forma de provar o valor e alimentar o ego, confundindo a sua própria essência com aquilo que você possui. Até que Ponto a Sua Essência Está Ligada ao Seu Ego? Quem é você sem os seus rótulos, sem as suas posses e sem o aplauso externo? Em um mundo que valoriza mais o sucesso material do que a presença, mais a aparência do que a profundidade, é fácil confundir ego com identidade. O ego é uma construção social e emocional e ele quer: aprovação, destaque e controle. Já a essência é silenciosa, suficiente e livre. Afinal, quais os seus limites? Sem limites, a sua vida deixa de ser a expressão da sua essência e se torna um projeto de manutenção do ego. Limites Financeiros Quando o ego dita o ritmo da sua vida, o bolso costuma pagar a conta. Um bom caminho para retomar o controle é entender e respeitar os limites do seu motor financeiro, ou seja, da sua capacidade real de gerar, poupar e investir o seu suado dinheiro. Instigo você aqui em algumas métricas como ponto de partida:
Esses limites já evitam exageros. Mas há quem vá além: pessoas que conseguem economizar mais de 20% da renda e vivem um ou dois degraus abaixo do que poderiam, e isso é extremamente poderoso!. Essas pessoas não estão em guerra com o conforto, mas elas estão em paz com sua liberdade. Afinal, quanto vale a sua liberdade? Voltando às métricas, idealmente, o melhor seria escolher os fatores 5x e 50x:
Exemplo prático - Para uma renda mensal de R$ 10.000:
Esses valores não significam falta de ambição, de maneira alguma, eles significam clareza de prioridade. Comprar dentro dos seus limites é um gesto de autocuidado e respeito à sua essência. E Luxo Pode? Sim, o luxo não é o problema. O problema é quando o luxo vira o novo básico. Você eleva o sarrafo e tudo precisa ser excelente, sofisticado e especial. O padrão se torna tão alto que o seu ganho já não acompanha as despesas. E, então, o que era prazer vira transtorno. Mas o equilíbrio é possível. Se você prefere ter um carro mais confortável, talvez precise abrir mão de espaço na moradia. E tudo bem. Que mal há em morar em 40m² e passar a vida viajando pelo mundo? A vida não precisa ser simétrica. Você pode acelerar de um lado e frear do outro. Isso também é inteligência financeira. Isso também é liberdade. Caminhos Para Uma Consciência Mais Livre Você não precisa negar o conforto e nem abrir mão das suas conquistas. Mas pode escolher viver com mais presença e consciência. A liberdade não está em comprar o que quiser. A liberdade está em não ser escravo do desejo constante (lembrando que tudo aquilo que te prende, te escraviza). A liberdade está em saber por que você quer algo, e não apenas querer porque todos querem também. Então aplique o Grande Filtro:
Uma mente livre não é necessariamente aquela que rejeita tudo, agindo no minimalismo total. É aquela que escolhe com clareza, que se conhece, que sabe dizer sim e não, mas com leveza. Tenha consciência de quem você é e viva de acordo com isso. Não é possível fabricar o tempo.
Não é possível vender o tempo. Não é possível comprar o tempo. Então não é possível ganhar o tempo. Só é possível não desperdiçar o tempo! O tempo é o mesmo para mim e para você e ao contrário de tantos outros, o tempo é um recurso finito no universo. Não se ganha tempo ou se compra tempo de forma direta. A única coisa que dá para fazer com o tempo é utilizá-lo da maneira o mais racional possível. Abandone a crença de que o tempo pode ser comprado. O tempo é para ser vivido de forma inteligente e eficiente: não existe estou sem tempo ou não existe quando eu tiver tempo. Existe sempre o desperdício de tempo, ou seja, existe a ineficiência na utilização do tempo. Lembre-se: o seu tempo também é o meu tempo. Qual o segredo para não desperdiçar tempo? Dois hábitos muito importantes são parte do segredo:
Como fazer menos? Qual é o plano? Qual é a meta, objetivo ou projeto mais importante da sua vida? Você tem um plano? Você tem um mapa de onde você quer chegar? Em outras palavras, qual é o propósito da sua vida no tempo? Com este mapa em mãos ficará mais fácil saber o que realmente importa e entregar resultados será uma rotina. A entrega de resultados retroalimenta a autoestima, potencializando a entrega de mais resultados. Fazer menos é um poderoso hábito em sua vida! Como implantar esse novo hábito? Primeiramente entenda que não se pode excluir um hábito, aliás é impossível cancelar um hábito em seu cérebro: hábito se sobrepõe. Utilizando a técnica de sobrepor hábitos é possível anular hábitos ruins e criar novos hábitos bons, como o de fazer menos, que colocarão você no caminho certo. Como fazer um passo de cada vez? Ter clareza de onde você quer chegar, traz a importância no tempo das tarefas que estão no horizonte. Qual delas precisa ser realizada primeiro? Qual delas é a mais importante agora? Para quê desperdiçar o seu tempo com tarefas desimportantes para o grande objetivo que está lá na frente te esperando? Uma vez escolhidas quais tarefas devem ser feitas, o primeiro efeito na sua mente é diminuir a frequência cerebral e ao mesmo tempo a reduzir a ansiedade. Menos itens traz a certeza de que é possível entregar resultados. Com a lista de tarefas nas suas mãos agora ficará mais fácil priorizar a que será executada primeiro, ou seja dar a importância no tempo. Quando começar a fazer uma tarefa de cada vez, sem multitarefa, aliás este hábito de multitarefa precisa ser sobreposto para que nunca mais faça parte da sua mente, faça uma imersão no começo, meio e fim de cada uma, pois estas tarefas são as mais importantes hoje para trazer o futuro mais perto de você. Finalizando Assim as regras 1 e 2 quando aplicadas corretamente trazem para a sua mente paz interior e entrega natural de bons resultados. Pensar em compartimentos, em cada tarefa específica, com presença no agora, aumenta drasticamente a sua qualidade de vida. Por fim, você não é uma máquina de dizer “sim”, você também existe na relação e o “não” também deve estar disponível e muitas vezes é necessário dizer mais "não" do que "sim". Lembre-se, que a sociedade moderna tem excesso de opções e de informações e normalmente te pune por fazer as coisas certas e te elogia por fazer as coisas erradas, devido ao fluxo social pelo efeito manada. Quando comparamos pessoas extremamente bem sucedidas com as pessoas bem sucedidas, as primeiras necessariamente disseram mais “não” do que “sim”. Pense nisso. Por Silvio FreeMinder Conversando com o jardim da minha vida na virada do ano, uma frase, como um mantra, brotou em minha mente: que eu faça melhores escolhas para este ano.
O que significa isso? Eu quero sempre escolher as melhores opções, as mais assertivas para a minha vida, aquilo que realmente fará a diferença. Eu não quero as segundas melhores escolhas inicialmente, eu quero sempre a melhor para aquele momento. Agora reflita, se você tem uma meta, um objetivo, um grande sonho, uma missão no planeta, você precisa fazer o maior esforço possível para caminhar em direção a isso. Se o mundo está lhe oferecendo algumas opções, você precisa saber qual escolher, qual será a melhor opção? Qual opção que você dirá sim com toda a certeza e fará parte do seu mundo interior? Qual opção que você dirá não com toda a certeza, ou seja, isso não fará parte do seu mundo interior? Ou ainda, aquela que você não tem certeza se é sim ou se é não, então em um acordo com você mesmo, agora é não, isso não fará parte da sua vida por enquanto! Mas que força te moverá para você entender que existe opção? Bom, você precisa acreditar no ensinamento das escrituras. Aqui você empresta isso delas, que é o livre arbítrio. Sim, o mesmo livre arbítrio que você já ouvir falar. E o que ele diz? Que você tem opção de escolha, você pode escolher, não importa, você pode decidir que caminho a sua vida tomará. E qual a única regra do livre arbítrio? Você só precisa acreditar que ele existe. Que sim, que você pode e deve fazer opções! Simples assim. Então que você faça as melhores escolhas a todo o momento, que você as faça melhores escolhas ao andar pela rua, que você faça as melhores escolhas ao chegar em casa e fazer o que você quiser com o resto do seu dia. Qual a sua melhor escolha? Qual a melhor escolha de pensamentos para amanhã? Qual a melhor escolha nos diálogos, nas conversas, nos relacionamentos?. Sim, você tem a opção de escolha! Lembre-se, as decisões somente podem ser tomadas no momento presente. Você não consegue resolver nada no passado e nada no futuro. O passado já não existe mais, o futuro ainda não aconteceu, então viva somente no agora. A sua relação com o passado é o aprendizado e a sua relação com o futuro é o planejamento e nada mais. Atravessando a vida com pensamentos sempre positivos e assertivos, isso lhe trará uma mente livre, paz interior e entrega de resultados, sem esforço. |
Sivio FreeMinderSou formado em engenharia e empreendedor nas áreas de Tecnologia da Informação, Turismo de Aventura e Reflorestamento Social. Além disso, atuo em iniciativas de preservação ambiental. Também sou professor e mentor no método Be a FreeMinder® e atuo como coach e professor no método Free Mind On The Clouds. Histórico
Julho 2025
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