A inteligência artificial existe há muito tempo, mas muito tempo é relativo, então vou estabelecer um limite onde muito tempo significa alguns anos.
Por exemplo, esse texto está sendo escrito com a minha voz no modo ditado e aqui utilizo uma inteligência artificial disponível na ferramenta do teclado do meu smartphone. O índice de acerto é absurdo, com a ferramenta acertando todas as palavras ditadas e inclusive com a pontuação necessária na frase. Um outro clássico exemplo de inteligência não humana, foi com computador Deep Blue da IBM (International Machine Business) programado para jogar xadrez e ganhou do campeão mundial Kasparov com uma cobertura massiva da imprensa. Observe que Kasparov nem conseguiu pelo menos empatar com o Deep Blue. Este fato histórico foi um marco e pela primeira vez provou que a inteligência humana poderia ser vencida por uma outra inteligência não humana. Essa tecnologia é um modelo de inteligência artificial que foi executado com sucesso muito tempo atrás. Agora se você pedir para o Deep Blue compor uma música, isso não será possível. Mas porquê? Por que ele foi construído somente para resolver um tipo de problema: jogar xadrez, realizando milhões de cálculos por segundo e escolhendo as melhores jogadas naquele momento onde teria alto índice sucesso contra o seu adversário. Daí o termo: inteligência artificial estreita. Porque ela é dedicada apenas para o fim para o qual foi construída. Estamos rodeados por inteligência artificial estreita e cito alguns exemplos: ser guiado por um sistema de mapas, edição automática de imagens, predição na digitação de texto, detecção de movimento na gravação de vídeo, busca de páginas por imagens, consumo comportamental digital, compilação de conteúdo estruturado, etc. Estes são inúmeros exemplos de como já estamos imersos nesta tecnologia a muito tempo. Uma inteligência artificial ampla, diferente da estreita, ainda não existe. No filme Ela (em inglês "Her" de 2013), podemos observar o modelo de inteligência artificial ampla que interage com o usuário em nível profundo. Fica aqui uma sugestão para você assistir e refletir sobre as implicações humanas desta tecnologia. Mas chegar a este nível é apenas uma questão de tempo. Quanto tempo? Não sabemos. Pode ser dentro de 5 anos ou 10 anos ou ainda a nossa tecnologia nas próximas décadas não será suficiente para chegar a esse nível. Quem sabe? Considerando que o PC (Personal Computer) surgiu na década de 80, disponível para compra no mercado para uns endinheirados (o preço de lançamento foi em torno de U$5.000, algo hoje entre 25 mil e 30 mil reais), já foi uma transformação incrível e que a evolução foi absurda até chegar aos primeiros modelos de Chat GPT, significa que provavelmente virá antes do tempo esperado (observe a palavra Chat de Chat GPT: aqui é necessário digitar para interagir com a inteligência e no filme isso não acontece). E existe algum risco se chegarmos lá? Muitos! Uma inteligência artificial plena pode descambar para o nível de existência autônoma que ignoraria completamente a inteligência humana. Qual a melhor inteligência artificial plena? Aquela que resolveria todos os problemas da humanidade. O problema está nessa palavra: humanidade. E aqui ela representa os humanos. Ou seja, olhamos o mundo do ponto de vista da existência dos humanos e não levamos em conta todos os outros seres viventes. A conta não fecha do ponto de vista de vida sustentável. Qual a melhor inteligência artificial plena então? A melhor seria então encontrar qual o melhor caminho para a existência de vida no planeta, para todos os seres vivos incluindo os humanos. E aqui mora o perigo para nós humanos. E se essa inteligência artificial plena entendesse que nós somos o problema no planeta? Que essa espécie tem um comportamento viral, como de um vírus, que vai consumindo tudo que está nas bordas. Traga essa visão para as cidades, que foi a melhor invenção do homo sapiens, pois permitiu a explosão da população no planeta. As cidades vão crescendo e destruindo a natureza que existe à sua volta. Onde existe uma cidade já existiu há muito tempo atrás, uma floresta. Entendeu agora os riscos de uma inteligência artificial plena e autônoma? O criador pode ser eliminado pela criatura e acredito que não bastará desligar a energia, puxando a tomada, pois a inteligência artificial plena terá previsto isso.
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Sivio FreeMinderSou formado em engenharia e empreendedor nas áreas de Tecnologia da Informação, Turismo de Aventura e Reflorestamento Social. Além disso, atuo em iniciativas de preservação ambiental. Também sou professor e mentor no método Be a FreeMinder® e atuo como coach e professor no método Free Mind On The Clouds. Histórico
Outubro 2024
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